3º Congresso Missionário Nacional

de 3CMN – Palmas, TO, 12 a 15 de julho de 2012

“O mandato de pregar o Evangelho não se esgota com a solicitude pela porção do Povo de Deus confiada aos cuidados pastorais, nem com o envio de qualquer sacerdote, leigo ou leiga fidei donum. O referido mandato deve envolver toda a atividade da Igreja particular, todos os seus sectores, em suma, todo o seu ser e operar (…). Isto exige que estilos de vida, planos pastorais e organização diocesana se adéqüem, constantemente, a esta dimensão fundamental de ser Igreja, sobretudo num mundo como o nosso em contínua transformação. E o mesmo vale para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e também para os Movimentos eclesiais: todos os elementos que compõem o grande mosaico da Igreja devem sentir-se fortemente interpelados pelo mandato de pregar o Evangelho para que Cristo seja anunciado em toda a parte”.

(Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial Missionário de 2012)

Instrumento de trabalho

MOTIVAÇÃO

A caminhada dos Congressos Missionários Nacionais (CMNs) chega à sua terceira etapa. Pensados e realizados em vista da convocação aos Congressos Americanos e Latino Americanos Missionários (CAMs – COMLAs), os CMNs propuseram-se como forte momento de reflexão, animação e articulação em torno da natureza missionária da Igreja e de suas tarefas evangelizadoras prioritárias no mundo de hoje, com enfoque na missão ad gentes.
O 1º Congresso Missionário Nacional foi realizado em Belo Horizonte, MG, de 17 a 20 de julho de 2003, em preparação do CAM 2 – COMLA 7 na Guatemala. O local desse evento nos remeteu à celebração do V Congresso Missionário Latino-americano (Comla 5), que aconteceu de 18 a 23 de julho de 1995. Nesta ocasião refletimos sobre os fundamentos trinitários da Missão, a gratuidade da Missio Dei, o protagonismo dos pobres e dos outros, o papel das pequenas comunidades e a articulação missionária da grande comunidade. O impulso do tema geral expressava o testemunho tocante e profético da Igreja da Guatemala e de toda América Central: “Anunciar o evangelho da paz a partir da pobreza, da alteridade e do martírio”. Resumimos, então, os nossos compromissos em três palavras-chaves: gratuidade, comunidade, projeto.
O 2º Congresso foi realizado em Aparecida, SP, a um ano de distância e no mesmo local onde os bispos do Continente se reuniram para celebrar a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano. A Conferência de Aparecida marcou o passo, o tom e o tema do 2º CMN em vista do CAM 3 – Comla 8 na cidade de Quito, no Equador, em agosto daquele ano. Refletimos e partilhamos juntos sobre as diversas perspectivas do discipulado-missionário entre paróquia missionária, missão continental e missão ad gentes. Fizemos memória dos 40 anos da Conferência de Medellín, onde encontramos o DNA da missionariedade latino-americana, a partir da opção pelos pobres. Aprofundamos o sugestivo tema do CAM 3 – Comla 8, “Missão ad gentes como missão para a humanidade”, à luz do ensinamento do Vaticano II.
Em Belo Horizonte, redescobrimos o fundamento trinitário da missão, particularmente sua origem no Pai e seus desdobramentos na missão do Filho e do Espírito. Em Aparecida, sentimos perpassar, a partir das celebrações e em todos os momentos dos trabalhos, a presença de Nossa Senhora, mãe dos pobres e dos povos, como uma característica profunda enraizada na tradição missionária do Continente. Ela presidiu o Congresso junto a seu Filho Crucificado, e ao povo sofrido que nela deposita todas suas angústias e esperanças, e que acolheu em suas casas os participantes do Congresso. O trem da fé e da missão, dirigido pelo olhar de Maria e pilotado pelos leigos e leigas, convocou religiosas e religiosos, bispos e presbíteros incorporando-os à marcha: um sinal claro que expressa como se edifica a Igreja e como procede a missão a partir do continente.
O 3º Congresso Missionário Nacional será realizado em Palmas, TO, a mais jovem das capitais de estado, uma das mais jovens arquidioceses do Brasil. O tema do CAM 4 – Comla 9, a ser celebrado na Venezuela em 2013, nos convida a refletir sobre a missão da Igreja num mundo secularizado e pluricultural, a 50 anos do Concílio Vaticano II. Voltam a ressoar em nós as palavras da Evangelii Nuntiandi: “a ruptura entre o Evangelho e a cultura é sem dúvida o drama da nossa época” (EN 20). Por isso é preciso “chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação” (EN 19).
A Igreja se encontra hoje numa situação de diáspora diante da fragmentação e da multi-culturalidade do mundo atual. A hegemonia das tradições religiosas em determinados territórios deixou lugar ao pluralismo possível, graças às encruzilhadas proporcionadas por tecnologias, mercados, mobilidades humanas e aglomerações urbanas. Nesse contexto a missão ad gentes amplia por inércia seu âmbito de ação. Antigamente, na mentalidade da cristandade, coincidia com a missão ad extra, em territórios culturalmente não-cristãos. Hoje, parece impor-se como realidade em qualquer lugar, particularmente nos contextos de antiga tradição cristã.
Mais do que tudo, o anúncio do Evangelho aos povos precisa escolher urgente e decididamente o caminho do diálogo inter-cultural, inter-religioso e inter gentes. A Encíclica Ecclesiam Suam de Paulo VI (1964), na época do Concílio, já expressava de maneira contundente essa necessidade:
“Nem a guarda nem a defesa são os únicos deveres da Igreja quanto aos dons que possui. Dever seu, inerente ao patrimônio recebido de Cristo, é também a difuso, a oferta, o anúncio: ‘Ide, pois, ensinar todos os povos’ (Mt 28,19). Foi a última ordem de Cristo aos seus Apóstolos. Estes, já com o simples nome de Apóstolos, definem a própria missão indeclinável. A este interior impulso da caridade, que tende a fazer-se dom exterior, daremos o nome, hoje comum, de diálogo” (ES 37).
O 3º Congresso Missionário Nacional quer ser um momento propício para refletir sobre a caminhada missionária em nosso país, celebrar as graças que recebemos, agradecer a criatividade e os sacrifícios das nossas testemunhas na fé e, particularmente, aprender a dialogar profeticamente com todos, além do mundo que nos rodeia, além de toda fronteira.

OBJETIVO GERAL: assumir a dimensão universal da missão, neste mundo secularizado e pluricultural, guiados pelo Espírito, a serviço do Reino, à luz do Concílio Vaticano II e da caminhada da Igreja na América.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Preparar o CAM4 – Comla9;
  • Refletir a missão permanente da Igreja no Brasil, neste mundo secularizado e pluricultural, em todas suas dimensões;
  • Acolher práticas missionárias significativas a serviço dos pobres e de diálogo com os outros;
  • Fortalecer os projetos missionários ad gentes da Igreja do Brasil;
  • Incentivar a cooperação intereclesial;
  • Articular os organismos e as forças missionárias;
  • Despertar vocações missionárias;
  • Celebrar a caminhada da dimensão missionária.

TEMA: DISCIPULADO MISSIONÁRIO DO BRASIL PARA UM MUNDO SECULARIZADO E PLURICULTURAL, À LUZ DO VATICANO II.

EIXOS

  • Secularização: a missão diante de um mundo secularizado e pluricultural;
  • Vaticano II: relevância missionária do Concílio Vaticano II, a 50 anos da abertura;
  • Ad Gentes: a Igreja no Brasil e o compromisso com a missão ad gentes.

LEMA: COMO O PAI ME ENVIOU, ASSIM EU VOS ENVIO.

MUTIRÕES DE REFLEXÃO

4 grandes mutirões de reflexão, que por sua vez se subdividirão em oficinas e grupos:

  1. Infância, adolescência e juventude missionária;
  2. Leigos e leigas;
  3. Religiosos e religiosas;
  4. Ministérios ordenados.

PROGRAMAÇÃO

Nos congressos anteriores o trecho de Lc 24,13-35, os discípulos de Emaús, foi o motivo bíblico condutor de todo evento. Desta vez escolhemos At 8,26-40, o encontro sugestivo entre Felipe e o etíope. Os dias do 3º CMN ficam estruturados desta maneira: Dia do caminho (At 8,26-28); Dia do encontro (At 8,29-31); Dia da partilha (At 8,32-35); Dia do compromisso (At 8,36-38).


Quinta feira – 12 de julho: DIA DO CAMINHO

14h00 – 18h00: Credenciamento e acolhida dos participantes
18h00 – 19h30: Sessão de Abertura

Sexta feira – 13 de julho: DIA DO ENCONTRO

08h00 – 08h30: Oração
08h30 – 10h00: Painel temático: Olhar sobre o mundo secularizado e pluricultural no qual nos cabe ser discípulos missionários.

10h00 – 10h30: Intervalo

10h30 – 12h00: Conferência: Discipulado missionário do Brasil para um mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II.

12h30 – 14h00: Almoço
14h00 – 15h30: Mutirões de reflexão – exposições temáticas
15h30 – 16h00: Intervalo
16h00 – 17h30: Mutirões de reflexão – debates em grupos
18h00 – 19h00: Missa nos mutirões

Sábado – 14 de julho: DIA DA PARTILHA

08h00 – 08h30: Oração
08h15 – 10h00: Mutirões de reflexão – partilhas e testemunhos
10h00 – 10h30: Intervalo
10h30 – 12h00: Mutirões de reflexão – sinteses e conclusões

12h00 – 14h00: Almoço
14h00 – 15h30: Painel de experiências missionárias significativas.
15h30 – 16h00: Intervalo
16h00 – 17h30: Painel de experiências missionárias significativas.
19h00 – 20h00: Missa nas paróquias – Confraternização e momento cultural
Domingo – 15 de julho: DIA DO COMPROMISSO

08h00 – 08h30: Oração
08h30 – 10h00: Sessão de encerramento: apresentações dos mutirões
10h00 – 11h30: Intervalo
11h00 – 12h00: Celebração final e envio missionário
12h00 – 14h00: Almoço

PARTICIPANTES

O 3º Congresso Missionário Nacional conta com a participação de mais 600 pessoas. Os convidados são os delegados dos Conselhos Missionários Diocesanos (COMIDIs), de Instituições e Organismos missionários engajados na animação missionária de suas Igrejas. Cada Regional da CNBB, através de seu COMIRE (Conselho Missionário Regional), terá a disposição um número de vagas proporcional ao número de suas dioceses, e compôs o grupo de participantes de acordo com sua própria realidade eclesial.
Convida-se a escolher pessoas que saibam debater e levar contribuições aos temas propostos, de modo que o resultado da reflexão conjunta seja representativo da caminhada missionária das diversas Igrejas.
Por isso, a indicação e a inscrição dos participantes deverá seguir os critérios bem definidos, além de uma composição heterogênea entre presbíteros, religiosos/as e leigos/as, representantes de instituições, assessores e coordenadores de pastoral e bispos da Dimensão Missionária dos Regionais.


ORGANIZAÇÃO

1. O COMINA, através de sua equipe executiva e dos coordenadores dos regionais, promove este evento, assume sua condução e convoca os participantes.

2. A Presidência do Congresso será constituída por:

  • Presidente de honra: Dom Pedro Brito Guimarães – Arcebispo de Palmas
  • Presidente do Congresso: Dom Sérgio Braschi – Presidente do COMINA
  • Presidente Executivo: Pe. Camilo Pauleti – Diretor das POM
  • Vice Presidente: Ir. Márian Ambrosio – Presidente da CRB
  • Coord. da Assessoria: Pe. Estevão Raschietti – Secretário Executivo do CCM
  • Secretário Executivo: Pe. Fábio Gleiser – COMIDI Palmas

3. A Arquidiocese de Palmas é responsável pela organização da infra-estrutura, do alojamento, da alimentação, do transporte, do credenciamento, da acolhida, da animação, da liturgia, do bem-estar/saúde, da segurança, da limpeza e da supervisão.

4. Uma equipe da CRB se encarregará da secretaria do evento.

5. A divulgação do evento e o contato com órgãos de imprensa têm como responsável o Pe. Jaime Patias da Revista Missões.

6. Os recursos financeiros serão garantidos pelos organismos e instituições ligadas ao COMINA e pelos mesmos participantes.