40 anos de Puebla: relevância e ambiguidades para a causa indígena

de Paulo Suess – 20/09/2019

Em Puebla de los Angeles, onde se reuniu a III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, não foi produzida uma mensagem pastoral específica para os povos indígenas. Os aborígenes são mencionados, genericamente, ao lado de camponeses, afro-americanos, marginalizados, emigrantes e operários. As Conclusões de Puebla, mesmo com muitas limitações, oferecem elementos que podem servir, em continuidade com o Vaticano II (1962-65), com Medellín (1968) e a “Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi” (1975), de Paulo VI, para sustentar uma pastoral indigenista que assuma as culturas indígenas (cf. 400), e, ao mesmo tempo, podem servir para defender a integração ambígua dos povos indígenas na classe social dos pobres e também, sem projeto específico que haveria de defender terras, culturas e autodeterminação dos povos autóctones, na sociedade nacional. Em tempos marcados por regimes militares, a Igreja latino-americana avançou na reafirmação da opção pelos pobres e procurou, nesse mesmo balaio da classe social, também carregar ainda, não sem equívocos, a questão da alteridade em direção a uma pastoral indigenista pós-colonial.

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