CCM recorda Pe. Jorge Paleari a 10 anos de seu falecimento

de Estêvão Raschietti – 08/12/2012

Há dez anos, em 8 de dezembro de 2002, falecia, de uma doença repentina e fatal, o nosso amigo e companheiro Pe. Jorge Paleari, missionário do PIME, então Secretário Executivo do Conselho Missionário Nacional (Comina) e grande incentivador da dimensão missionária na Igreja no Brasil.

Pe. Jorge tinha nascido na Itália em 1950 e estava no Brasil há 25 anos. Ele deixou em testemunho e herança saudades e a paixão pela missão. Muito amável com as pessoas, Pe. Jorge sabia conjugar como ninguém sabedoria missionária e relações amigáveis, competência e acompanhamento, qualidade e busca contínua, orientações firmes e inquietações.

Em sua caminhada conosco, pudemos avançar em várias frentes no amadurecimento da consciência missionária, graças a uma determinada condução do Comina e a uma presença serena, relevante e referencial para a Igreja no Brasil. Com o Pe. Jorge amadureceu a realização do 1o Congresso Missionário Nacional em 2003, a estruturação dos COMIREs e dos COMIDIs, a atuação decidida das Pontifícias Obras Missionárias, a insistência no enfoque específico da missão ad gentes na animação missionária. Todas as grandes instituições da Igreja no Brasil usufruíram de sua assessoria sobre questões missionárias, assim como os institutos teológicos, as congregações missionárias, os centros de pesquisas e de pós-graduação.

Pe. Jorge nos deixou também um livreto, quase como um testamento que nos acompanhou e continua nos acompanhando ao longo de todos esses anos: “Espiritualidade e missão”. Deste extraímos uma bela passagem, que acabou descrevendo também seus últimos meses de vida. Queremos lembrá-lo carinhosamente e saudosamente com suas próprias palavras: “o missionário: alguém que se sente vulnerável”:

“Para o missionário, a experiência da própria fraqueza e da própria limitação é a porta de entrada para confiar na misericórdia de Deus e para ser misericordioso com os outros. Somente quem passou por um intenso sofrimento e fracasso, descobrindo a bondade e a ternura de Deus, pode aproximar-se dos outros com um coração terno e bondoso. Somente quem se percebe vulnerável e limitado pode aproximar-se misericordiosamente dos outros e centrar sua vida no protagonismo de Deus… Desta maneira, é o próprio Deus que toma a iniciativa e leva a termo a tarefa evangelizadora. É o próprio Deus que salva mediante sua cruz e ressurreição” (PALEARI, Jorge. Espiritualidade e Missão. São Paulo: Paulinas, 2001, p. 33).

Pe. Estêvão Raschietti, sx
Diretor do CCM