Pós-colonial e pós-conciliar: 50 anos do Cimi em defesa dos povos indígenas

de de Paulo Suess e José Agnaldo Gomes – 10/05/2022

O prefixo “pós”, neste texto, tem dois significados distintos. Um aponta para a superação ou ruptura de práticas missionárias pertencentes a uma época histórica anterior, as quais confundiram missão com colonização. Para superá-las, portanto, propõe-se a prática pós-colonial. O outro significado inerente ao prefixo “pós” pode assumir uma perspectiva de continuidade temporal e ideológica. A pastoral pós-conciliar, por exemplo, seguiu as inspirações e decisões do Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965, e os coloca em um campo específico de evolução histórica.

Sendo assim, a pastoral do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), desde seu início, no ano de 1972, foi marcada por rupturas coloniais e continuidade conciliar. Necessitava-se um bom tempo para respaldar no interior das múltiplas pastorais da própria Igreja católica a pastoral do Cimi, com seu núcleo central de defesa da vida dos seus interlocutores, como uma pastoral específica, ecumênica, sem proselitismo, e inter-religiosa, sem exclusivismo salvífico.

Em torno de cinco eixos – “contextos”, “discernimentos”, “propostas”, “alianças”, “martírios”, procuro lembrar essa proeza pastoral cinquentenária, da qual participei com muitos companheiros e companheiras, tendo alguns entre eles recebido a graça de dar sua vida como mártires.

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