Uma Igreja sinodal e em saída na Amazônia

de Agenor Brighenti, Joachim Andrade, Estêvão Raschietti – 25/07/2019

Por expressa vontade do Papa Francisco, o Sínodo da Amazônia foi cuidadosamente preparado por um longo período de escuta dos povos da região, que abarca terras de nove países (Paloschi, 2019, p. 17-19). E começou com ele mesmo, por uma visita pastoral a Porto Maldonado, no Perú, no dia 19 de janeiro de 2018. Ao todo, foram 87 eventos de escuta, entre assembleias, simpósios e seminários, coordenados pela Rede Panamazônica (REPAM), presidida pelo Cardeal Dom Claudio Humes, cuja comissão conta também com o Cardeal Pedro Barreto, Arcebispo Metropolitano de Huancayo, Peru. As contribuições, recolhidas e sistematizadas em relatório, serviram de base para outros eventos de reflexão e aprofundamento das questões levantadas, assim como da redação dos Lineamenta e do Instrumentum Laboris do Sínodo.

No Brasil, um grupo de Bispos da região amazônica, a partir do relatório de escuta do processo sinodal, selecionou sete desafios, que segundo eles mereceriam ser estudados e aprofundados pelos bispos brasileiros que participariam do Sínodo. Foram indicados: 1. Defesa da vida, dos direitos e dos territórios na Amazônia, terra em disputa; 2. Participação e protagonismo das mulheres na Igreja; 3. Uma Igreja com rosto indígena e ribeirinho; 4. Criação de novos ministérios, acesso ao ministério ordenado, formação e organização dos ministérios; 5. Os contextos urbanos na Amazônia: desafios e urgências para uma Igreja em saída; 6. Formação teológico-política do clero e dos leigos-as na Amazônia; 7. A comunicação desde a Amazônia.

Foi Dom Adriano Ciocca, bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, juntamente com o CESEP (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular), quem tomou a iniciativa de reunir um grupo de Bispos do Brasil para se prepararem ao Sínodo, a partir da reflexão e aprofundamento dos sete desafios selecionados, assim como do estudo do Instrumentum Laboris. A redação de um texto abordando os sete desafios selecionados, a pedido do Pe. Oscar Beozzo, que atua junto ao CESEP, foi do Núcleo de Missiologia do Programa de Pós-Graduação em Missiologia da PUC do Paranã, em Curitiba. Solicitou-se uma fundamentação teológico-pastoral dos desafios selecionados, em uma quinzena de páginas. O trabalho foi elaborado por nós, três professores ligados ao Núcleo. Posteriormente, o texto recebeu ainda sugestões de complementações e ajustes por parte de pessoas e entidades ligadas ao processo de preparação do Sínodo.

O texto, que hora estamos partilhando, serviu de base de estudo aos bispos sinodais brasileiros em dois eventos: o primeiro foi uma reunião realizada em Aparecida no mês de maio, por ocasião da Assembleia Geral da CBBB; e, o segundo, foi um seminário que teve lugar em Brasília, no Centro Cultural Missionário, no mês de julho. O objetivo nosso, aqui, ao publicar o texto por nós redigido, é partilhar algo da riqueza coletada no processo de escuta em preparação do Sínodo.

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